Oie, sentimos falta de chegar na sua caixa de e-mails :)
Nossa news está de volta, com recomendações de exposições, leituras e trabalhos dos nossos artistas favoritos. Também vamos ter o prazer de compartilhar com vocês uma nova seção de entrevistas, inaugurada hoje pelo pintor e produtor de conteúdo Pedro Gondim.
O História Guardada é um espaço de conversas, e queremos receber suas indicações: escreva pra historiaguardada@gmail.com sobre uma mostra que visitou, um texto que te tocou, um documentário que assistiu. A cada edição, escolheremos as melhores dicas pra aparecer por aqui.
👇 Bora falar de coisa boa?
Diálogos /// Ana Pecis entrevista Pedro Gondim
Nascido e criado em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, Pedro Gondim é pintor, formado em Artes Visuais na Escola de Belas Artes da UFRJ. Aos 23 anos, assina a capa de Não há nada, de Rodrigo Batista, e usa o TikTok pra falar sobre arte contemporânea e cultura pop, temas que, por vezes, andam lado a lado também no que ele produz.
Connel e Marianne na série Pessoas Normais (2020)
“O que eu faço no TikTok diz mais respeito a minha grande obsessão por crítica de arte. Eu não quero afastar ninguém do conteúdo que eu tô fazendo e não teria porque eu não citar, sei lá, uma pintura da casa da Kendall Jenner.”
Para Pedro, é mais fácil falar do trabalho alheio do que do seu próprio. Quando questionado sobre as inspirações pra suas pinturas, uma gama de influências é citada: fotografias de amigos, literatura, cinema. O importante é a construção de uma narrativa que nem sempre está preocupada em obedecer a divisão entre fantasia e realidade.
“Pintar pessoas lendo está próximo de pintar pessoas dormindo: é sobre estar entre dois mundos.”
Tanto as obras que retratam terceiros quanto os autorretratos são exercícios recentes para o jovem artista. Sobretudo nos momentos em que pinta a si, Pedro relata uma estranheza pela transição de sua forma material para a tela, e conta sobre o desejo de fazer uma imagem capaz de desvendar tudo sobre ele.
“Eu ia olhar pra aquele troço e pensar: ‘Ah, tá, agora entendi, agora eu vou viver em paz, porque eu já consegui entender tudo.’ Depois, fui compreendendo que na verdade é justamente não entender que me faz pintar.”
Pedro Gondim em seus autorretratos
Para os leitores dessa newsletter, o artista recomendou A obscena senhora D, de Hilda Hilst, um livro que “já leu 40 milhões de vezes” e sintetiza muitos dos seus desejos de representação. Você pode assistir a essa conversa completa clicando aqui.
Eventos culturais /// em São Paulo
Ocupação Machado de Assis | Local: Itaú Cultural (Av. Paulista, 149 - Bela Vista, São Paulo - SP)
18 nov 2023 - 4 de fev 2024
Um panorama que enfatiza a genialidade e negritude de Machado através de entrevistas, documentos, objetos e livros.
Ingresso
Entrada franca. Ter a sab de 11h às 20h e Dom de 11h às 19h.
Exposição Histórias Indígenas | Local: MASP (Av. Paulista, 1578 - Bela Vista, São Paulo - SP)
20 out 23 — 25 fev 24
Diferentes perspectivas sobre as histórias indígenas da América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia.
Ingresso
Inteira: R$ 60,00 (inteira)
Meia: R$ 30,00 (meia)
(Gratuito às 3ªs e 5ªs).
Eventos culturais /// no Rio de Janeiro
Exposição Afetos Insurgentes: Corpos em Conexão | Local: Centro Cultural dos Correios (Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro, Rio de Janeiro - RJ)
20 dez 2023 - 24 fev 2024
Uma reunião de arte sobre corpos historicamente marginalizados.
Ingresso
Entrada franca, de terça à sábado, de 12h às 19h.
Exposição Mancha de Dendê não sai - Moraes Moreira | Local: Casarão do Museu Histórico da Cidade (Est. Santa Marinha, s/nº - Gávea, Rio de Janeiro)
10 dez 23 — 12 fev 24
Um mergulho na história da música popular e da cultura brasileira.
Ingresso
Entrada franca, de terça à domingo, das 9h às 17h.
Clube /// Morte em suas mãos, de Ottessa Moshfegh
“Uma história sobre o que acontece quando uma mulher assume o controle. Um mistério glorioso e visceral.”
𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐢𝐦𝐞𝐬
QUANDO: 23/01/24 (ter), 20h
ONDE: evento remoto pelo Zoom
COMO PARTICIPAR: inscreva-se de graça aqui
CUPOM: 20% de desconto, basta se inscrever no clube pra receber
Andamos lendo ///
“Leio meu caderno de poesia enquanto a noite vagueia do lado de fora da janela e, sem que eu me dê conta, minha infância cai sileciosamente no fundo da minha memória, essa biblioteca da alma de onde hei de extrair conhecimento e experiência pelo resto da minha vida.” (Tove Ditlevsen. Trilogia de Copenhagen. Trad. Heloisa Jahn e Kristin Lie)
“Camaradas, não há verdadeira revolução social sem a libertação das mulheres. Que meus olhos nunca vejam e meus pés nunca me levem a uma sociedade onde metade das pessoas são mantidas em silêncio. Eu ouço o rugido do silêncio das mulheres. Sinto o estrondo da tempestade delas e sinto a fúria da revolta delas.” (Thomas Sankara. A libertação das mulheres - Uma exigência do futuro, 1987, Trad. Nicolas Farias)
HG indica ///
Somos fascinadas pelos retratos íntimos da Danielle Joy Mckinney, que captura figuras imersas em momentos de contemplação muito profundos. Com referências na obra de artistas como Edward Hooper, Mckinney ao mesmo tempo o homenageia e o subverte, porque investiga a solidão de outra categoria social. Mulheres negras surgem em suas pinturas de maneiras diversas: lêem, fumam, dançam, repousam. Em comum, carregam um direito que por muito tempo foi negado a elas: a centralidade das narrativas.
TBT ///
@historiaguardada + @traduagindo | Franz Fanon em Por que usamos a violência?
@historiaguardada + @latinohablante | Nossas obras de ficção latino-americanas favoritas
Seja um apoiador /// Diálogos sobre História, Literatura e Arte
Pela circulação dos livros. Pela promoção de debates. Por um futuro feminista, antirracista e anticapitalista. Doe agora na nossa campanha de financiamento coletivo ou via pix: historiaguardada@gmail.com.
que gostoso ler vocês <3
já to ansiosa para as próximas