Ei, tudo bem? Janeiro pareceu eterno, mas fevereiro chegou com a segunda edição da nossa news. Ficamos muito felizes vendo a recepção de vocês com o retorno dela, depois de quase dois anos sem novos envios. Para quem quiser relembrar, a primeira edição de 2024 tá aqui :)
Não tem jeito: o melhor em manter um projeto de produção de conteúdo na internet são as trocas e encontros que, inevitavelmente, acabam rolando por aí. Amamos saber que existe uma comunidade que não larga a nossa mão e que está sempre acompanhando as novidades. Inclusive, aqui vai mais uma: agora, os conteúdos que publicamos são feitos em dose tripla. Ao lado da Isabela e da Ana Clara, a Beatriz chega para apoiar, principalmente, o editorial de Literatura do @historiaguardada.
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👇 Bora falar de coisa boa?
Diálogos /// Ana Pecis entrevista Ing Lee
Transitando entre Belo Horizonte e São Paulo, a artista coreano-brasileira Ing Lee (29), se formou em Artes Visuais pela UFMG e marca presença no mercado de publicações gráficas independentes há mais de 8 anos. Na faculdade, ela assistiu seu anseio em se tornar professora de artes se transformando, gradualmente, a partir da experiência com risografia e outras técnicas de impressão.
As comics 금 Geum, que faz parte da antologia Histórias Quentinhas Sobre Existir, e Karaokê Box, respectivamente
“No ambiente das feiras [gráficas], pensei: vou fazer fanzines, lançar nessas feiras e ver como é. Ainda era estudante, e comecei com risografia, que acabou ressoando no meu trabalho inteiro.”
A influência dessa prática de impressão, marcada pelas cores vibrantes, é perceptível nos trabalhos posteriores da artista, que passeia pelos campos dos quadrinhos e das ilustrações. Aos prantos no mercado, Amêndoas e Coelho Maldito foram apenas alguns dos livros cujas capas Ing Lee ilustrou nos últimos anos, e que ajudaram a consolidar sua marca artística junto ao público literário.
Confira mais ilustrações da artista clicando aqui
“Tenho um processo de coleta com as capas que faço. Eu leio o livro, e é como se estivesse em uma pesca. Às vezes, aparece um peixe pequenininho, às vezes aparece um peixão, mas se não aparece nada eu tenho que procurar outras coisas além do livro para resgatar.”
Nesse caminho de criação-coleta, não é raro Ing Lee esbarrar no que considera um traço forte daquilo que produz: a nostalgia. Ela conta que a sensação de infância ou o universo das memórias podem ser encontrados nos detalhes do seu trabalho através da combinação entre texturas, cores, brilhos ou objetos. A parceria que manteve com a Playground Brasil é prova dessa melancolia. Na série Mindeulle, tirinhas quinzenais misturavam esperança, cotidiano e ancestralidade.
Nesta edição da tirinha, a artista revisita a relação com o pai através da culinária coreana
“Meu contato com as raízes coreanas vem muito pela comida. Em São Paulo, tenho uma rede de apoio legal, não só de gente da minha idade como também de pessoas mais velhas da comunidade [coreana].”
Dá para ver que a ligação com Aos prantos no mercado (Trad. Ana Ban), de Michelle Zauner, não veio apenas a partir da ilustração de capa. A birracialidade de ambas e a oportunidade de se aproximar da cultura e comunidade coreanas através da culinária também são pontes que as conectam.
Bulgogi de carne moída é uma publicação de ensaios ilustrados feita para o tcc de Ing Lee
Aos leitores da nossa newsletter, a artista recomendou Monster (2023), dirigido por Kore-eda Hirokazu, e a Tetralogia Napolitana (Trad. Maurício Dias), da Elena Ferrante, assim como sua adaptação para TV pela HBO.
Clube /// Afetos ferozes, de Vivian Gornick
Na penúltima edição do clube da @salvoconteudo em parceria com o @históriaguardada*, vamos ler o melhor livro de memórias dos últimos cinquenta anos, segundo o New York Times. Em Afetos Ferozes (Trad. Heloisa Jahn), Vivian Gornick perambula por Manhattan com sua mãe idosa. Ao longo desses passeios repletos de lembranças, conhecemos a história de uma filha que quer encontrar o seu lugar e a sua voz no mundo.
QUANDO: 27/02 (ter), 20h
ONDE: evento remoto pelo Zoom
COMO PARTICIPAR: inscreva-se gratuitamente aqui
CUPOM: 20% de desconto, basta se inscrever no clube para receber
*O clube da salvo continua! Acompanhem a news das queridas para mais novidades
HG indica ///
O Lombada, podcast narrativo do Clube do Livro do Design, não é exatamente um lançamento, mas nunca é tarde para indicar coisa boa. Na primeira temporada, os episódios têm um livro de design como ponto de partida para histórias que passeiam pelos direitos das mulheres e dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que resgatam personagens e relatos dos bastidores da literatura.
Eventos culturais /// pelo Brasil
Salvador: As fotografias de Walter Firmo no MAM Bahia;
Fortaleza: Carolina Maria de Jesus na Caixa Cultural;
São Paulo: Ailton Krenak, Hiromi Nagakura e a Amazônia no Instituto Tomie Ohtake;
Rio de Janeiro: Itinerância da 35ª Bienal de São Paulo no MAM Rio;
Conheçam a Bia ///
Demos um spoiler na abertura dessa edição, mas é agora que vocês vão conhecer melhor a nova integrante do @historiaguardada. Abrir uma seleção de produtoras de conteúdo para nossa equipe era um sonho antigo, mas a verdade é que a chegada tanto da Isa quanto da Bia partiram de uma grande sorte. Ambas já acompanhavam o projeto, criado pela Ana Clara, e entraram em contato para saber como poderiam colaborar. Estamos entrando no nosso quarto ano, falando sobre História, Literatura e Arte na internet desde 2020, e é uma alegria saber que seguimos prontas para novos tempos.
“Oi, aqui é a Bia! Sou estudante de Letras - Língua portuguesa na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e dediquei minha graduação a estudar literaturas decoloniais. Sou muito curiosa e estou sempre pesquisando sobre cinema e músicas afrodiaspóricas.”
[Filmes favoritos]
Queen & Slim (2019), dirigido por Melina Matsoukas;
Whisper of the heart (1995), dirigido por Yoshifumi Kondo;
Aftersun (2022), dirigido por Charlotte Wells;
The Watermelon Woman (1996), dirigido por Cheryl Dunye.
[Livros favoritos]
O filho de mil homens (2016), de Valter Hugo Mãe: aqui, conhecemos a história de Crisóstomo, um pescador solitário que vive em busca de ter alguém em que possa dedicar seu amor, atenção e cuidado. Após tanta dedicação, ele encontra Camilo, que dá sentido à sua vida. A beleza desse livro está em acompanhar a construção do amor e ver vazios sendo ocupados após encontros e conexões.
Trilogia do adeus (2017), de João Anzanello Carrascoza: João escreve cartas para sua filha recém-nascida, compartilhando os medos e anseios que teve desde o momento em que a segurou nos braços pela primeira vez. Na segunda parte do livro, ela responde a essas cartas, expressando o que sentiu ao longo de seu crescimento, considerando tanto a presença quanto a ausência do pai. Esse livro lindo é uma ótima indicação para aqueles que gostaram de Aftersun :)
Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves: Uma idosa faz uma viagem da África para o Brasil em busca do seu filho perdido. Nesse período, ela conta detalhes sobre a sua vida marcada pela escravidão. Por meio desse livro, entendemos muito sobre questões raciais e, principalmente, como se deu a construção social do Brasil.
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as news estão cada vez melhores! entrevista impecável 🤍
que demais foi conversar com a Ing Lee e receber a Bia por aqui, ao lado da Isa! feliz feliz feliz <3