Ei, como estão as coisas por ai?
Chegamos na terceira edição da nossa news, e queremos saber o que nossa comunidade está achando desse novo formato de conteúdo no História Guardada. Manda as suas impressões e dicas pra gente e vamos fazer daqui um espaço ainda mais colaborativo?
Ó, a edição do mês passado, em que tivemos a participação especial de Ing Lee, tá aqui pra quem quiser relembrar :)
👇 Bora falar de coisa boa?
Diálogos /// Ana Pecis e Isabela Araújo conversam com Cássia Roriz
Natural de Niquelândia, interior de Goiás, Cássia Roriz se formou em Arquitetura e Urbanismo em 2020, mas o interesse por tudo o que envolvia imagens e palavras veio desde muito cedo. Autodidata, sua trajetória nas artes nasceu de forma empírica, com a famosa mão na massa.
Experimentações da artista.
“Não tive acesso a espaços culturais ou a cursos de formação. O que eu tinha era essa vontade muito forte de me expressar artisticamente, algo que não teria outra explicação a não ser dizer que nasceu comigo.”
Cássia não chegou a atuar como arquiteta, e já saiu da faculdade pelas vias da ilustração. Do curso, ficaram as noções de espaço e de idealização de projetos. Prestando serviços para o meio editorial, ela viu no trabalho criativo a possibilidade de unir paixão e sustento. Falando sobre os marcos na constituição de seu estilo artístico, caracterizado pela criação de universos lúdicos e coloridos, a artista relata que um dos principais foi o encontro com a colagem.
Analógico x digital.
A combinação de intervenções manuais e digitais expandem as possibilidades do trabalho desempenhado por ela. Suas colagens ganham vida a partir de texturas e materiais diversos, e podem se tornar ilustrações, animações e muito mais, por meio das técnicas de digitalização. Frequentemente, Cássia compartilha os bastidores de sua produção no Instagram, como neste exemplo.
“Um dos grandes privilégios do artista herdeiro é poder ser low profile, não precisar divulgar seu trabalho. Eu precisava que pessoas de outros lugares me conhecessem, então comecei com um portfólio online, mas ele sozinho não é suficiente. Você precisa de um lugar, e pra mim foi o Instagram.”
As referências para suas obras são variadas, dos clássicos mordenistas a pintores como Maria Auxiliadora, Djanira da Motta e Heitor dos Prazeres. Considerados expoentes brasileiros da arte naïf, categoria que é alvo de crítica em sua perspectiva, os artistas influenciam o imaginário de Cássia ao lado de outras expressões da contra-cultura.
Ilustrações para O Joio e o Trigo e para Meiuca.co, respectivamente.
“Nas obras da Maria Auxiliadora, por exemplo, a riqueza de texturas é gigantesca. Se você olha de longe é caótico, mas você vai olhando de perto e é uma composição riquíssima, sem as regras do que impuseram como algo esteticamente bonito no universo das Belas Artes.”
Para o futuro, um desejo de Cássia é assistir sua arte se desdobrando em novas escalas e dimensões, como paredes, murais, ou vitrines. Aos leitores da nossa newsletter, ela deixou três recomendações literárias incríveis: Aprender de Coração, da Corita Kent, Só Garotos, da Patti Smith, e Olhos d'Água da Conceição Evaristo. Sobre o último, indicou que lêssemos pensando nas nossas mães e avós.
HG indica /// Caderno Proibido (1952), de Alba de Céspedes
Valeria Cossati tem a vida transformada a partir da compra de um caderno. Nele, passa a depositar pensamentos e observações de sua rotina dividida entre os papéis de mãe, esposa e funcionária de escritório. Gradualmente, a italiana começa a se dar conta de uma espécie de véu de ilusão, que ocultou a verdadeira vida que levara até ali.
A autora de Caderno Proibido (1952), Alba de Céspedes, é uma das referências de escritoras como Elena Ferrante e não à toa um nome importante pra ficção feminista. Nesse livro, traduzido no Brasil por Joana Melo, vemos como a divisão social do trabalho é capaz de desumanizar as mulheres.
A Companhia das Letras nos convidou para ler e difundir essa história, e o resultado está aqui! Vamos sortear uma edição do livro a partir dos comentários dessa publicação, então já deixa o seu. A única regra para o sorteio é seguir o @historiaguardada no Instagram :)
Clube /// Assombrações (2018), de Domenico Starnone
Ainda no campo da literatura italiana, em março vamos ler Assombrações (2018), parte da trilogia sentimental de Domenico Starnone, ao lado de Laços (2014) e Segredos (2020). O livro traz à tona a relação entre o ilustrador Daniele Mallarico e Mario, seu neto de quatro anos. Ao longo de 180 páginas, surgem na narrativa temas como ambições, conflitos familiares e velhice.
QUANDO: 27/03 (qua), às 20h;
ONDE: evento remoto pelo Zoom;
COMO PARTICIPAR: inscreva-se gratuitamente aqui;
CUPOM: 20% de desconto, basta se inscrever no clube para receber.
Desde 2021, ajudamos na curadoria e divulgação do clube de leitura da
. Foram dezenas de ótimas experiências de leitura, compartilhadas entre as nossas comunidades virtual e presencialmente. Esse é o nosso último clube depois de mais de 2 anos de uma parceria impecável. Estamos esperando por você!8M /// Nossas indicações feministas
_Isabela Araújo
Quem tem medo do gênero?, nova obra de Judith Butler com tradução de Heci Regina Candiani, está sendo publicada no Brasil pela Boitempo. O livro analisa como as questões de gênero se tornaram centrais em discursos conservadores e reacionários: um fantasma com o objetivo de criar pânico moral e angariar apoio popular a projetos políticos fascistas, autoritários e excludentes. A pré-venda ainda tá rolando!
_Beatriz Vitório
Erguer a voz (2019) é dividido em 23 capítulos e conta com uma entrevista entre bell hooks e Yvonne Zylan. Com linguagem franca e poderosa, a autora incita reflexões profundas, que emanam de suas próprias vivências, e nos desafia a explorar mais sobre sua teoria feminista. Tradução de Catia Maringolo.
_Ana Clara Pecis
Integrante do mesmo cenário cultural de Virginia Woolf e referência para autoras brasileiras como Clarice Lispector e Ana Cristina César, Katherine Mansfield aborda em sua literatura temas como gênero, morte e desigualdades de classes. “Extâse” (1918), publicado no Brasil pela Antofágica e traduzido por Nara Vidal, é formado por contos em que Mansfield explora os limites e os detalhes do feminino.
Eventos culturais /// pelo Brasil
Fortaleza: Leonilson na Pinacoteca do Ceará;
Salvador: Prêmio Nacional Pierre Verger de Fotografia no MAB;
São Paulo: João Cândido, Arte Afro-brasileira e a Feira da República no CCSP;
Rio de Janeiro: Rio Carnaval no MAR;
Belo Horizonte: Tesouros Ancestrais do Peru no CCBB;
Porto Alegre: Carlos Vergara no MARGS e na Fundação Iberê Camargo;
Como nasceu o História Guardada? ///
No auge da pandemia de COVID-19, gravamos um episódio para o podcast do Insurgência, em que falávamos sobre o surgimento do História Guardada e sobre os desafios e as maravilhas de produzir conteúdo na internet. Na época, um problema na captação do áudio fez o episódio ir para o espaço. Finalmente, depois de dois anos, conseguimos regravar aquela conversa. O cenário é outro, mas o prazer desse diálogo foi o mesmo. Vem ouvir aqui 👇
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que privilégio foi conversar com a Cássia <3
mais uma news de sucesso!!